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sexta-feira, 16 de março de 2012

Livre-se da Ingratidão – Parte I

“Por que, pois se queixa o homem vivente?
Queixe-se cada um de seus próprios pecados”.(Lm. 3:39)
Nesses 30 anos de estudos do evangelho e observação do comportamento humano, tenho visto que a ingratidão é uma doença emocional crônica que causa a cegueira da alma.
A ingratidão não é de natureza abstrata, mas sim, concreta e decorre de fatos do cotidiano, postos em confronto com as regras de comportamento vigentes em determinado meio social.
O coração ingrato vive se queixando… Seja dele mesmo, seja dos outros, seja da vida, seja da morte, seja de nada, seja de tudo…  A queixa é o seu combustível para pecar. Dizem os mais diversos especialistas que a ingratidão leva a amargura.
A ingratidão aprisiona a alma e cega o conceito absoluto de que Deus é BOM!!! Essa mazela é de fato um grande vetor para vários conflitos existentes na face da terra!  O homem ingrato procura ou cria pretextos para a guerra!
O homem amargo não vê as coisas boas como bênçãos. Tudo que o ingrato consegue enxergar, seja de muito longe, seja de muito perto, é o erro, a falha, o mal, enfim.  Os olhos de sua alma não estão preparados para as boas qualidades da vida.
A Bíblia diz que toda terra está cheia da glória de Deus! Mas, o coração ingrato, questionador, crítico e pecador, pergunta: “que Bíblia?” “que terra?” “que glória? ” que Deus? etc.
O homem ingrato não concorda com nada e discorda de tudo. O sol não é bom, mas a chuva é ruim… o frio incomoda, mas o calor não é bem vindo… o lugar até  que é lindo, mas é muito longe,  viajar é bom, mas só se for de avião,  a viagem foi boa, mas o lanche…
E mais: “O culto demorou muito!!, “Essa música de novo? “Essa pregação não é pra mim!” “Sei cantar bem melhor do que ela!” “Prefiro o outro cantor “ ou “ Prefiro o outro pastor!”… etc.
As queixas parecem ser eternas…
“Contudo, de que, pois, se queixa a alma vivente? Queixe-se cada um de seus próprios pecados”. (Lm. 3:39).
O único homem que poderia ter realmente se queixado não o fez, mas isso em detrimento do amor. JESUS ao sofrer por nós nada questionou para cumprir a sua missão. Ninguém teve maior amor do que Ele. Dar a própria vida por amor a nós!
Outro homem vivente que esteve entre nós, também poderia ter levado uma vida de ingratidão e total amargura para o resto da vida:  Jó.
Quando Jó estava quase no fim, Deus se revelou a ele com profunda misericórdia, e disse:  – “Onde você estava quando lançava EU os fundamentos da terra?”
Quando Jó lembrou-se de sua condição pecadora e mortal, se humilhou e respondeu a Deus:
·         – “Amado, antes te conhecia só de ouvir falar, mas agora os meus olhos te vêem!!!!!
Quando “enxergamos” a manifestação da Glória do SENHOR, os olhos de nossa alma passam a ser curados; a alegria vem, e, com ela demais motivos para apresentar a nossa dança de louvor ao SENHOR das artes, Àquele que tudo criou para o louvor da sua Glória (Sl. 150).
Davi, homem segundo o coração de Deus, com instrumentos de cordas e cânticos espirituais, acalmava o espírito amargo de Saul. Tudo que aprendemos com Davi, foi dependência Divina. Ainda que tocasse a harpa para acalmar ao Rei, sua vida corria risco iminente.  Uma possível alteração de humor daquele comportamento ingrato, explosivo, egoísta e malicioso de Saul poderia deixar Davi com sérios problemas.
Davi era chamado várias vezes para tocar seu instrumento de cura, tantos eram os momentos de amargura e aflição na vida do Rei.  Parte da história de Saul foi escrita por ingratidão, amargura, inveja, rebeldia e desejo de vingança. Em vez de agradecer, o Rei passou a odiar a Davi.
E você? Como gostaria de escrever a sua história? Uma história de bênção ou uma história de maldição? Se você fez a escolha certa, então, humilhe-se para receber a cura da enfermidade de sua alma! Um coração ingrato atrai amargura.DIGA NÃO À AMARGURA AINDA HOJE MESMO!!.
Ingratidão e Amargura são males às vezes insensíveis e invisíveis para aqueles que disso desfrutam. As pessoas amargas são infelizes, e, desejam que o meio em que vivem as agradem de forma total e particular.
As pessoas ingratas semeiam ingratidão e contagiam os bons frutos que estão numa mesma cesta. Esse egoísmo, às vezes até mesmo voluntário, é caraterístico de quem não vive feliz.
Desde os meus doze anos de idade, quando fui chamado para o evangelho, levo uma vida missionária. Íamos de casa em casa, de cidade em cidade no interior da Amazônia.  Minha família, de origem  humilde, não tínhamos o dinheiro suficiente para comprar uma Bíblia, Mas, logo, logo ganhei de presente um Novo Testamento. As cartas de Paulo eram as mais lidas, estudadas e ensinadas.
Aos catorze anos tive uma surpresa ainda maior que a primeira: ganhei uma flauta transversa e um curso de música no seminário teológico daquela Missão Cristã. Logo aprendi a tocar, cantar e a pregar para pequenos grupos.
Fui discipulado por um grupo de missionários batistas norte americanos que tinha em suas veias a corrente sanguínea do evangelismo clássico nas ruas, praças, casas e avenidas.  Usavam a música e filmes para ensinar crianças e jovens. Eles sabiam muito bem em que geração investir mais forças.
Nas casas, orávamos por pais e avós…  Acima das metas e das apresentações artísticas, a regra era AMAR, AMAR e AMAR.  Ali aprendi a ouvir os anseios das pessoas e aprendi a orar por seus problemas familiares. Vi muitas vidas querendo profundamente uma transformação. Mas, vi também muitas pessoas esnobando do evangelho e expulsando-nos de suas casas. Na alma desse último grupo havia ingratidão, amarguras, feridas e demais males associados à falta de amor e perdão.
Você já observou que as pessoas ingratas não se relacionam corretamente? Dificilmente a gente ver o sorriso do amargo. Pessoas com essa enfermidade, raramente são prestativas ou solícitas. Geralmente as pessoas feridas não gostam de servir, ajudar ou prestar socorro em auxílio ao próximo ou à sociedade.
Já ouviu sempre alguém dizer que não gosta ou não concorda com isso ou com aquilo, que não é assim, que isso não vai dar certo? Que o chefe é incompetente, que o professor não presta, que o síndico é ruim, que o governo não funciona, que a igreja não é boa, que a liderança é ruim, etc…  Já viu alguém na igreja nunca sentar ao seu lado ou nunca cumprimenta-lo? Já viu alguém dizer que não fala com aquela pessoa porque não gosta da doutrina que ela vive e prega?…  Você já percebeu que as pessoas amargas costumam ser exageradamente críticas e arrogantes? Pois é…  Que linguagem será essa?
A pessoa ingrata não curte as coisas boas do Reino dos Céus, mas aqui no Brasil, por exemplo, curte muito bem um reino de MMA ou um reino de BBB!! Sabe qual a razão?  Sentimentos de solidão, inveja, egoísmo, ciúmes, inimizades, porfias, iras, discórdias, dissenções, facções, além de outros frutos da carne que os atraem.
Infelizmente, nesse mesmo momento em que você está lendo isso com mansidão e carinho, existe por ai uma alma impura e maliciosa lendo cada letra desse texto em busca de falhas para rir, criticar e refutar em vez de aprender. Os frutos da carne lhes cegam a nobreza.
MAS, NÃO SE ENGANE. DEVEMOS AMAR A TODAS AS PESSOAS, SEM FAZER EXCLUSÕES.
A Bíblia diz que os frutos do Espírito são amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Isso é espontâneo, livre e agradável aos olhos do SENHOR. (Gal. 5:22).
“Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.
Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros”
(Gal. 5:25-26).
Origem da Amargura
A amargura, que tem início com pequenas feridas da alma, se não tratada em tempo, inflama, infecciona e destrói profundamente as emoções. Esse mal é corrosivo a tal ponto de poder gerar, num adulto, enfermidades físicas como um câncer inexplicado.
Quase todas as feridas da alma têm suas origens muito cedo, lá na infância. Uma criança que nunca ouviu um “muito obrigado” dos pais em sua casa, dificilmente vai ser grata dentro de casa ou em outro ambiente.  Uma criança ‘educada’ a gritos como “você não presta para nada!”, intimidadas moralmente com dedos no nariz ou violentadas fisicamente com socos e pontapés, dentre outras feridas no corpo e na alma etc, certamente terá feridas profundas em suas emoções. O desrespeito e a desonra de seus pais, tios ou avós lhe causarão problemas muitas vezes irreversíveis.
Crianças traumatizadas serão adultos doentes que gerarão novas crianças doentes, que crescerão com aquela mesma educação febril e traumática do passado, caso não haja uma intervenção terapêutica e divina para a cura total da alma.
Quando alguém é ferido nas suas emoções, seu corpo físico cresce, mas sua alma continua adolescente. Quando o filho não é preparado para amadurecer, suas emoções infantis permeiam toda a sua fase adulta. (aguarde o artigo sobre bênção e maldição).
Outro dia, lendo um livro de Craig Hill, descobri que a maioria dos presidiários norte americanos vive em prisões triplas: físicas, emocionais e também espirituais. Numa pesquisa de campo, realizado por uma TV local, foi revelado que a maioria dos presos adultos odiava seu pai ou sua mãe. Que, suas inclinações para a violência como homicídios e suicídios se davam por causa de desejos de vinganças da vida que levaram na infância.
Algumas semanas atrás eu parei numa escola para encontrar minha filha. Enquanto aguardava, vi dois mendigos que pareciam estar com muita ansiedade e muita fome. Um deles pedia desesperadamente, outro apenas olhava as pessoas. Esse último passou a chamar bastante a minha atenção… Aquilo me partiu o coração… Seus olhos falavam mais alto que seus gestos… Havia tanta insensibilidade das pessoas que passavam ali, que parecia que o homem já havia desistido totalmente de continuar sua empreitada de fé com a voz e mãos: conseguir algo para comer.
Foi então que resolvi interferir naquela história. Aquele momento não era hora de exortá-los sobre em que lugar eles estavam, nem sobre suas condições de viver na rua em vez de procurar alguma renda. Aquela era a hora de uma boa refeição.
Sem nada falar, entreguei algo àqueles dois homens que os deixaram de olhos brilhantes e deveras surpresos. Sem que os mesmos também respondessem algo, imediatamente e desesperadamente passaram a comer aquela refeição, que, parecia ser algo mais precioso daquele dia para eles.
Resolvi sentar ao lado deles. Enquanto eu os observava e aguardava em silêncio, um deles resolveu me dizer o que estava pensando, demonstrando que deveria dar alguma palavra a mim:
– Sabe por que  eu estou aqui nessa condição?  –  Disse o homem.
Continuei em silêncio, olhando em seus olhos, querendo saber, meneando a cabeça…  Ele continuou:
– Muita amargura em meu coração. Odeio minha família. Não volto mais para lá!
A fala continuou durante alguns minutos, enquanto eles comiam. Ao me despedir, disse a ele:
- Não abra mão de sua refeição diária. Ela vai lhe dar força para repensar e tomar as decisões certas aqui na rua…
Na verdade, eu repensei naquela frase durante dias…  Bem que eu poderia ter dito àquele pobre homem algo mais precioso ainda:“perdoe”. Mas, eu perdi uma grande chance de dizê-lo.  Espero em Cristo que aquele homem tenha ouvido ao menos aquela minha última frase…
Uma coisa eu aprendi ali: tanto o mendigo, assim como a sua família, estavam presos numa cadeia de amargura que conhecemos como “a falta de perdão”.
*A falta de perdão aprisiona tanto a quem não perdoa quanto a quem agrediu. Quando, porém, perdoamos, somos livres para viver uma vida feliz!.. Viver feliz ou viver infeliz depende de nossas escolhas… Mas,  isso será aprofundado no próximo artigo. Até a próxima!
Continua..

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